terça-feira, 29 de março de 2011

Isso não é um poema

Na verdade a poesia é apenas uma pseudo-forma de se desvincular da linguagem comum, das suas regras, uma forma de abrir mundos, mas como? Se ainda estamos submetidos numa realidade como esta? A poesia tem o seu caráter libertador, mas ainda se submete a linguagem as suas regras.
Escrever, esvaziar-se, ao menos, momentaneamente, uma veia latejante, uma profusão copiosa de idéias e emoções. É preciso expressar, no momento não sei como fazer, nem vejo motivo em fazer, me sinto bem agora, deve ser por isso.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ainda que eu não quisesse dizer, eu diria de todo modo, ou pelo menos expressaria não expressando o que não quero dizer, me pergunto qual é o fim ultimo deste dizer algo, a sua finalidade, a sua verdadeira essência, mantenho o silêncio... Quem silencia não se pergunta, responde.Então respondo: Eu seria o homem mais covarde se fugisse de você agora.


É essa a resposta.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Os cristãos se esqueceram do que cristo pregava.


O tema deste artigo versa sobre a proposta de analise do paradoxo interno das praticas cristas a respeito da filosofia crista, isto é, de como e de que forma a filosofia crista se fragmentou e perdeu a essência de cristo, tornando-se um instrumento de segregação, quando se não criando os males que ela em si mesma deveria abolir.
O cristianismo é anticristão, a proposta de cristo seguiu diametralmente opostas as outras propostas religiosas, porque?
Primeiro: o pensamento assim como a postura adotada por cristo ia de contraponto as outras doutrinas, porque ao passo que o individuo em seu estado pecaminoso ao aceitar Deus como senhor, e, principalmente ao amar o próximo poderia transformar os outros indivíduos, convertê-los, isso se daria através do amor e através do temor a Deus. Isso se difere das outras religiões que viam o contacto com o individuo impuro capaz de tornar o individuo ‘’puro’’ em algo impuro, essa concepção é a base de um principio segregador e individualista.
Segundo: o que cristo pregava era, fundamentalmente o amor a Deus e ao próximo, isso pode ser visto na bíblia nos livros em que os apóstolos relatam as passagens no qual cristo é mencionado em suas pregações, tais quais, as suas atitudes.é importante observar, que até mesmo os apóstolos eram antes de suas respectivas conversões eram homens pecadores e, diga-se de passagem, não possuíam profissões tão dignas assim. Retomando, Jesus, demonstrou que, ao longo de sua jornada pela terra, ao se acompanhar de prostitutas- Maria Madalena, epiléticos e tantos outros não dignos de aceitação a primeira vista, a partir dos seus ensinamentos e da fé era possível se obter resultados. Ele não discriminou tais pessoas, nem mandou que elas fossem apredrejadas, também não as excluiu, nem se referiu com desdém.
Religião crista tem trabalhado com concepções e condutas totalmente distintas do cristianismo originário, o cristianismo de Jesus, ela tem feito justamente o que eu as outras religiões pregam, tais quais: o budismo, que se caracteriza por um afastamento do mundo, uma inércia diante das mazelas, uma falta de confronto com a realidade e com a situação do próximo. Também como o hinduismo, no qual o sistema é dividido em castas de maneira hierárquica, e que é ultrajante o contato com castas inferiores, mais uma vez encontramos aqui um principio, que é também encontrado no cristianismo, só que mascarado por um feixe de discursos encontrados em muitas igrejas.
A proposta de cristo não era essa, não era apenas a salvação pessoal, a proposta de cristo não se concentrava em citações infundadas, pelo contrário, a prova disso, é que a partir dele a segurança na salvação era garantida não mais nos dez mandamentos, mas no cumprimento de apenas dois, porque a partir desses dois era possível compreender realizar a proposta maior.
Então se perguntem agora, será realmente que o discurso e a prática cristã atual é a pratica de cristo?
Claro que não, Jesus não veio a terra com o intuito de morrer simplesmente na cruz, mas de deixar uma mensagem, e essa mensagem consistia no perdão do pecados segundo duas leis, o amor a deus sobre todas as coisas e o amor ao próximo com a si mesmo.
A primeira creio que seja consciente na maioria dos cristãos , entretanto, a segunda foi esquecida e o que está sendo reforçado na igreja é um comportamento categorizante, categorizar significa apontar, que visa um apartamento entre os salvos e os não salvos, aos que aceitaram a palavra e aos que não a aceitaram.
O sentido do corpo de cristo foi totalmente deturpado, vemos isso em muitas igrejas, que oferecem a salvação individual e o acréscimo de uma qualidade de vida nas suas ovelhas, vemos isso quando presenciamos o quanto à palavra ser cristão se distingue do verdadeiro sentido, do sentido do amor, da missão que cada um possui na terra. Vemos isso quando um pastor nos diz que a salvação é individual, de fato ela é, mas não é apenas isso, vai muito mais além, ela só é exercida de fato quando se abre os olhos e se vai ao encontro do inconvertível, a missão do cristão não consiste somente em ser salvo, mas sim em salvar, pois se a igreja é o corpo de Deus ela não é apenas o corpo, mais as ferramentas necessárias para que os planos de fato venham a s concretizarem.
A igreja não é individualidade, e mesmo quando se acha um corpo nela esse corpo é fechado, é impenetrável, quando na verdade não deveria ser, deveria ser um corpo a buscar mais e mais, e não um corpo que a tudo repele, que a tudo expulsa, seja lá qual seja a forma de estar em cristo adotada pela grande maioria das igrejas, estas não são, de forma alguma, a maneira de como a palavra de cristo nos orientou a proceder.
Não é um esperar eterno, se trata de uma ação, a igreja é, sobretudo ação, creio que alguns missionários tenham feito isso, mas o restante, fica em casa assistindo big brother, preocupado apenas com sua própria vida e esquecem que existe um mundo a se ganhar, ’’ ide e pregai o evangelho a toda criatura’’ perdeu todo o sentido, ser cristão não é estar em uma igreja, é agir por cristo, é agir por amor, e não se afastar por amor.
Espero que tenha ficado claro o meu intuito ao escrever esse texto, que isso se não mude a postura em relação à realidade e as práticas que estão sendo doutrinadas na igreja, ao menos sejam capaz de instigar uma reflexão, de toda forma é vergonhoso o que a igreja está fazendo a séculos sem nunca ter se perguntado o porquê.

Negativo.

Pensem em algo importante para vocês, algo que aconteceu, algo que vocês não fariam, algo que vocês fizeram, mas se representa agora como uma lacuna, algo que foge aos signos, algo inexprimível, algo que vocês não conseguem dizer, muito menos dizer o porque que não conseguem dizer, esse algo que vocês não conseguem expressar, essa escuridão, essa falta, esse desconhecido, essa ausência de palavras, esse algo está presente na própria ausência de uma forma que vocês não podem imaginar.

É a partir do negativo do seu retrato, que o seu retrato foi constituído.

Falar

Para a sociedade, só foi possível manter-se enquanto tal, ao longo da historia, através das estruturas neuróticas por meio de castrações e de condicionamentos, por isso o fato das maiorias das estruturas serem predominantemente neuróticas. São elas que reproduzem a maioria dos comportamentos, são elas que agregam, sobretudo, valores e praticas, que são responsáveis pela manutenção das instituições responsáveis pela sociedade e que sem isso ocorreria à degradação paulatina. No entanto esse fenômeno que chamo de degradação ocorre, porque ocorre?

Só que nessa dinâmica própria, irrestrita, incansável e descontinua um movimento próprio de um organismo ocorre ao passo de sua manutenção, digo que sua dinâmica ocorre semelhante à de um organismo, porque parte do processo se assemelha a uma atividade metabólica. Reconduzir a luz parte do processo é reconduzir neste caso analogamente, as práticas e a oxidação que resulta delas.O que procuro é saber nesse onde se encontra o segundo espelho, primeira imagem nesse jogo de espelhos.
As partes que não se situam no jogo simbólico da sociedade, isto é, no tocante a sociedades denominadas complexas, se fincam e se enraízam fora do discurso e geram uma síntese, mas essa não é mais o que estava num plano inacessível, se situam agora em outro patamar, dentro do discurso, podem ser com isso reconhecidas, analisadas, categorizadas, articuladas, de que forma elas , e , através de que meios elas as convertem em linguagem, de que modo elas rompem o que é ausente na percepção, para se tornarem , finalmente, ouvida, vista, e falada ?

quarta-feira, 23 de março de 2011

A principal dificuldade consistirá em transformar, adaptar, converter uma linguagem psicótica em uma linguagem neurótica, em outras palavras, uma linguagem, um raciocínio, um pensamento sem limites em uma linguagem limitada, castrada e circunscrita. Eis o desafio.
Quero agradecer, sobretudo, aos meus pais, em especial a educação que me deram e aos esforços que fizeram durante um período crucial de minha existência, na tentativa e pelo êxito da mesma, que me propiciou converter o meu pensamento ainda que infante em signos sobre a forma de uma linguagem falada.
Quero também agradecer a eles pelo amor que tiveram, ainda que não possa sentir o mesmo em pé de igualdade em virtude do que vou explicar com todos os meu esforços no intuito que haja uma compreensão senão parcial ao menos ínfima do que se encontra numa dimensão que não pode ser vista, uma dimensão que inconsciente (no sentido psicanalítico do termo) e por ser desse modo desconhece a si mesma.Muitas vezes parecerá prolixidade de minha parte, mas aqui, os termos que estão sendo empregados nesse escrito, são, ou melhor, já são parte de um consentimento mútuo. Foram escolhidos para facilitarem o entendimento.
Quero também agradecer aos que indiretamente me fizeram pensar sobre isso, em especial a..... que agora aparece claramente como um sinal mais que evidente de mim mesmo e de como a minha estrutura se comportou em grande parte da minha vida, antes e após dela até uma determinada época.Na verdade agradeço profundamente há várias pessoas umas pela confirmação da teoria e outras pela quebra da mesma e que apesar das conseqüências por mais dolorosas que sejam, finalmente, me fizeram compreender a mim mesmo como nuca compreendera antes.
E quero agradecer por ultimo as contribuições que foram imprescindíveis de Freud M.Klein, W.R. Bion, H.Kohut, Hartmann, Rosenfeld e Lacan.
Enfim, comecemos, do ponto de vista psíquico e estrutural, é possível analisar profundamente a superfície e o que se entrelaça nela, as duas dimensões: o consciente e o inconsciente.
É a partir disso que tentarei explicar o porquê, esse porquê mais profundo do ser, esse porquê invisível, imperceptível, mudo, que quando fala, fala em silêncio e diz sem que eu queira dizer a realidade do que sou.
Descobri, para a minha felicidade, a razão de ter feito poucas amizades nesse tempo, a razão de ter ocorrido poucas transferências, tão poucas quanto os dedos de uma única mão.Descobri também, a razão de nunca ter me sentido como parte de algo e de onde se origina a sensação de isolamento, de indiferença em muitos momentos, de angústia quando eu me dava conta que poderia ser diferente, da origem da dificuldade que requer um esforço tremendo para dizer algo que é simples pra mim, algo que é dado na minha mente de forma tão banal, em algo também banal para outras pessoas.
Descobri a razão da sensação de entranhamento e de estranhamento com o mundo, a vontade inconsciente que me repele e que me afasta dos objetos, assim como o desejo de não conhecer lugares novos, o que durante muito tempo eu achei que fosse fruto de um reforço incondicionado, mesmo não encontrando respostas plausíveis para a sensação, na verdade, eu não entendia que a forma como esse repudio se propagava era muito mais ampla e se ramificava de forma imperceptível. (entenda por objetos todas as coisas presentes no mundo, libidinosas ou não, até mesmos os signos estão contidos aqui nesse conjunto).
Descobri porque essa linguagem e como ela faz parte do complexo (aqui como estrutura) e em que complexidade (aqui como modo) ela cria e implica. Descobri no que estas coisas acarretam e que dificuldades elas amplificam tornando mais difícil a minha comunicação, muitas vezes interpretadas como devaneio ou, simplesmente, como algo destituído de sentido a primeira ou até um grande número de observações posteriores.
Descobri como se originou e que se originou antes do meu próprio ego ser formado, isto é, antes da fase edípica , em outras palavras, o que estou falando tem raízes tão profundas, tão profundas, que se iniciaram e posso afirmar com plena certeza, livre de qualquer equivoco, que seu desencadear seu deu em torno do primeiro ao sexto mês de minha vida.
Embora seja necessária para entender o desenvolvimento integral do processo a repercussão que essa primeira fase da minha vida teve e continua a ter, me detenho em falar sobre ela, primeiro, trata-se de algo que levaria muito tempo para ser explicado e o efeito sobre o todo, isto é, sobre a explicação, seria de um acréscimo argumentativo. O quê e o que importa no momento são as propagações do fato e as relações decorrentes dele.
Retomando, muitas vezes pareci dizer coisas extremamente desconexas (como a própria palavra revela e funda: sem conexão, sem ligação, sem vínculo, este fenômeno é um movimento duplo, porque se duplica e se fundamenta na interseção lingüística do exterior objetivo e da interiorização idealizada), este fenômeno na verdade é puramente psíquico, pois, em virtude de minha estrutura, uma estrutura psicótica não pura, porque se fosse pura, a linguagem seria inacessível, tão indestrinchável, que até eu mesmo poderia ficar preso num jogo ad infinitum de significantes e significados.Mesmo não sendo uma estrutura pura, isso me afetou bastante, porque a estrutura não está em mim, eu que estou dentro dela, é por meio dela que eu me relaciono, que penso e me comunico e por esses mesmo motivos que eu passei praticamente tudo o que eu vivi até agora sem ser e ter entendido.
A solução, ou pelo menos o diagnóstico do problema, se daria através da psicanálise, mas indivíduos com tais estruturas são muito singulares, muito raras, não existe um método específico e suficiente eficiente para obter êxito, isso ocorre em virtude de inúmeros fatores, tais quais: minha identificação projetiva passaria, nesse contexto de análise, a se comportar como um crivo ainda mais agudo, reprimindo qualquer possível transferência do analista (é a identificação projetiva que permite ao ego decidir por repelir, decidir o destino e finalidade do que é trazido pelos sentidos, esse processo ocorre inconscientemente e é extremamente rápido, isso nos torna insensíveis ou sensíveis a algo, capazes de perceber uma coisa ou simplesmente não vê-la, no entanto, existe um grau de ansiedade que nos permite a reintrojeção da identificação projetiva o que pode tornar esse fenômeno consciente ou não( no meu caso é não ver, tratar-se-á de um identificação projetiva que rejeita,impede e, Sobretudo, restringe ao contrário de uma identificação projetiva neurótica (a da grande maioria da população, não estou dizendo que não sou, só não me é predominante) que aglutina, assimila e ou recalca.
O segundo motivo, dentre inúmeros, de não ter sido diagnosticado vem do fato que uma se uma transferência ainda sim com todas as dificuldades ocorresse seria muito brutal, massiva, maciça e árdua e o psicanalista por mais que fosse experiente teria seu próprio eu posto em um risco extremado.
Sobre o aspecto social, o que tenho a dizer é que toda essa anti-socialidade, anti-socializaçao, misantropia ocorre, em fato, pela canalização da minha catéxis, na verdade é um processo inversa a dos neuróticos, pois eu não a direciono aos objetos exteriores, meu ego os interioriza numa tentativa de evitar a angústia num processo denominado descatexizaçao, isso, grosso modo, causa um afastamento do todo, uma alienação ( a palavra alienada significa separada, ou seja, o que está distante do resto, que não está todo.)
O entranhamento com o mundo é um reflexo da fase pré-edípica, o estranhamento como o mundo também se dá em virtude dessa fase, mas também com a fase edípica, só que ele se manifesta no decorrer da vida com a formação do ego e do superego.
Vou tentar ser mais especifico e simplista ainda usando agora somente categorias Freudianas: Numa estrutura predominantemente neurótica (quase toda a população) o Id deseja, ele vê apenas prazer, o Ego quer fazer o que o Id deseja, mas o Superego não permite, o Ego não consegue lhe dar com essa insatisfação e remaneja o desejo para o subconsciente tentando evitar a frustração num processo denominado recalque, simplificando mais ainda, é algo que fica guardado e implica numa neurose. Num individuo psicótico, ao contrário, o Ego se rebela contra o mundo exterior, contra os objetos.
Isso ocorre, segundo M. Klein, pela angustia provocada pela insatisfação trazida pela ausência do primeiro objeto de desejo, no caso o peito da mãe, a criança cria um peito para si própria com intuito de satisfazer-se, é a idealização do objeto, como o peito bom foi perdido, isto é, transformado em mau, ele passa a ser recobrado pelo peito interno idealizado pelo bebê, como peito idealizado é inexaurível, toda voracidade do bebe é satisfeita, pelo menos momentaneamente. É nesse estado de defesa que vários mecanismos de defesa entram em ação, conjuntamente ou não.O controle onipotente do objeto externo e interno, assim como a divisão do objeto ideal do mau. A rejeição, ou melhor, a negação da ameaça e a fonte dela mesma.
Mas com tudo isso há inúmeras vantagens, a visão ilimitada, às vezes se torna inescrupulosa, mas você pode ir além do que se pode imaginar, pensar o impensável, criar algo inexistente e olhar o mundo como alguém que olha de fora, em contra partida tem sérias conseqüências, o isolamento, a não identificação com o próximo, a incapacidade de sentir certas coisas e por incrível que pareça é possível dizer mais sobre essas emoções,(explicar isso é foda), muito mais do que quem as sente (não sei explicar, não se trata de um nível individual, mas de um nível macro). Referi-me nos casos em que a psicose não é aguda, ou não evoluiu para um quadro mais grave como um distúrbio esquizo-paranóide ou para um complexo narcisista ou para uma psicose-maniaca depressiva, é uma que a linguagem se torna muito difícil, o simples se decompõe e se torna complexo, como você está apartado psiquicamente do mundo, como você não se reconhece nele, nesse ponto tudo fica mais difícil, nem o paciente nem o analista tem capacidade de compreender.
Quero lembrar, que assim como eu há casos em que não houve predomínio da identificação projetiva maciça impedindo qualquer distinção entre o self e o objeto externo, o que se tivesse ocorrido não permitiria a percepção da dualidade em instância, grau e ou em possibilidade alguma, não haveria, portanto, nem o duplo, nem o outro, apenas a negação..
Retomando, a retirada da catéxis do objeto, seja em virtude de morte, por perda afetiva ou não correspondência, cria uma situação intolerável de angústia e de acordo com as intensidades e as vicissitudes dessas cargas libidinosas, diversos quadros se originam.
Tipos de quadros são mais propensos em se manifestarem em diferentes quadros, estruturas predominantemente neuróticas defendem o seu Ego de um modo, estruturas predominantemente psicóticas se defendem de outro modo.
No caso de ocorrer uma frustração a tendência neurótica se não tolera, recalca, no caso da nossa estrutura, como toda catéxis não libidinosa e libidinosa é direcionada apenas a um objeto, isto é, quando o individuo consegue romper com os limites impostos pela sua própria estrutura (não sei como denominar esse fenômeno psíquico no momento vou estudar e contar depois, o que tenho a dizer no momento, é que é uma experiência totalmente inefável, entretanto é muito arriscado.) a tendência é que ocorra a desestruturação, em outras palavras, a morte do mundo exterior, um fenômeno praticamente irretroagível que quando se vai não se retorna.
Sei que existem outros por aí, escondidos no meio ou fora da multidão, e eu estou apenas começando, conhecendo a fundo somente uma estrutura entre outras.Todos têm recalques, todos sofrem sem saber o porquê, desconhecem seu verdadeiro eu, se deprimem, se entristecem e vão para casa desenganados mais uma vez.
Retomando, a Identificação Projetiva age como um crivo, como eu havia explicitado acima, como no caso esse crivo é muito fechado porque passa a assumir o papel de um agente de defesa, quando senão a defesa Propriamente dita, ele visa bloquear as possíveis transferências para evitar que os objetos sejam tomados pelo ego, em outras palavras, essa é a dinâmica pela qual e através da qual o indivíduo não se insere em um grupo, evita contato.(durante boa parte da minha vida, inclusive na minha infância e adolescência, e até alguns dias atrás eu me perguntava, porque mesmo estando com várias pessoas, mesmo até com os meus pais, parentes e pessoas mais próximas com exceção de algumas poucas, e porque o desinteresse na maioria dos assuntos, não entendia porque eram importantes para elas, coisas que eu considerava e, ainda sim, considero muitas dessas coisas supérfluas, desde criança, quando me pediam para participar das brincadeiras e das atividades dentro e fora do colégio; na adolescência, quando eu saia para as festas, pra aniversários e comemorações desse tipo, natal, ano novo, não vejo sentindo nem no meu aniversário, e ficava perguntando se havia sentido naquilo, em tomar banho, passar perfume, me arrumar, ter amigos e etc, ir para a escola, ouvir os professores, estudar aquelas matérias, muitas vezes eu fazia essas coisas, mas nunca via sentido em fazê-las. Na fase adulta quando pessoas me explicavam que era necessário conhecer outras pessoas, quando me diziam que eu não poderia andar com roupas rasgadas, que eu não poderia pensar isso ou aquilo, isto é, as poucas que tiveram a coragem de tentar entender ainda..(Dizer aquelas coisas, quando diziam que eu era inconveniente porque dizia o que pensava e etc.).
Essa identificação, em fases posteriores da vida, inibe a capacidade de absorção do individuo, que se refere a normas e a costumes (pelo menos no meu caso), como os objetos são visto como uma ameaça, ele passa a ignorar, não por vontade própria, mas inconscientemente, não assimila o significado, pois não compartilha da maioria das coisas, a tendência é que o ego do indivíduo se aparte mais ainda do mundo exterior, sobre a forma de um mundo particular, do ponto de vista cognitivo (não T.C.C., me refiro à acepção mais comum do termo, no sentido de uma aprendizagem), é um ego criador de valores, de significados, um ego singular em comunicar-se, e não como pensa o senso comum, que o individuo não raciocina (embora possa chegar a tal ponto) quando se tem em vista que ele nem sequer é capaz de satisfazer suas necessidades mais vitais e nem de preserva-se enquanto organismo. Há sim uma linguagem, um raciocínio próprio, só que de tão peculiar que acaba por torna-se quase inacessível, quando senão inacessível na maioria dos casos.Aí as pessoas dizem: eles não falam coisa com coisa; falam sim, o problema é a dificuldade, é a distancia que fundamenta, agrega e segrega estes indivíduos dos outros.
O problema que ocorre é que em virtude das interações sociais se tornarem mais complexas (neste momento no sentido de difícil), a dinâmica na qual elas orbitam tende a exclusão ainda mais, muitas vezes tende-se a acreditar que o problema da interação social é outro (quando é possível e realizável a interação nos padrões de inteligibilidade do senso comum.)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Como é difícil.

Cara, como é difícil você lutar por algo assim.